Remada cavalinho: como executar, benefícios e variações
- Central Fitness
- há 2 dias
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Você está em busca de um exercício completo para desenvolver suas costas, melhorar sua postura e aumentar sua força? A remada cavalinho pode ser exatamente o que você precisa. Este exercício versátil e extremamente eficaz tem conquistado seu espaço nas rotinas de treinamento de iniciantes a atletas avançados, e por boas razões.
A remada cavalinho, também conhecida como "bent-over row" ou remada curvada, é um dos exercícios mais poderosos para trabalhar a musculatura posterior do tronco. Diferentemente de outras variações de remada, a execução da remada cavalinho permite um isolamento mais eficiente dos músculos das costas, garantindo um desenvolvimento muscular equilibrado e funcional.
Neste guia completo, vamos explorar todos os aspectos da remada cavalinho: desde a técnica correta de como fazer remada cavalinho até os músculos trabalhados na remada cavalinho, passando por variações, adaptações para diferentes níveis de condicionamento e dicas para maximizar seus resultados. Seja você um iniciante querendo aprender a base do exercício ou um praticante avançado buscando aperfeiçoar sua técnica, este artigo foi desenvolvido para atender às suas necessidades.
O que você vai encontrar neste guia completo:
Um dos aspectos mais interessantes da remada cavalinho é sua versatilidade. Você pode realizá-la na academia com barras, halteres ou máquinas específicas, ou adaptá-la para treinos em casa com equipamentos alternativos. A técnica correta da remada cavalinho é fundamental para garantir não apenas os resultados desejados, mas também para prevenir lesões e desconfortos.
Ao dominar este exercício de remada cavalinho, você estará investindo em um movimento que não só transforma a estética das suas costas, mas também fortalece toda a cadeia posterior, melhora sua postura e aumenta seu desempenho em diversas atividades cotidianas e esportivas. A remada baixa em suas diferentes variações é um pilar fundamental para quem busca um desenvolvimento físico completo e equilibrado.
Pronto para descobrir todos os segredos da remada cavalinho e levar seus treinos de costas para o próximo nível? Continue lendo este guia completo e transforme sua abordagem a este exercício essencial.
O que é a Remada Cavalinho?

A remada cavalinho é um exercício composto que se destaca no universo do treinamento resistido por sua eficácia no desenvolvimento da musculatura posterior do tronco. Tecnicamente classificada como um movimento de puxada horizontal, a remada cavalinho recebe este nome peculiar devido à posição adotada durante sua execução, que lembra vagamente a postura de um cavalinho de brinquedo ou a posição de um jóquei sobre um cavalo. Em sua forma clássica, o praticante permanece com o tronco inclinado à frente, formando aproximadamente um ângulo de 45 graus com o solo, enquanto puxa uma barra ou halteres em direção ao abdômen, mantendo os cotovelos próximos ao corpo. Esta configuração biomecânica cria uma condição ideal para o recrutamento dos músculos das costas, minimizando a participação excessiva de outros grupos musculares que poderiam "roubar" o estímulo pretendido.
A origem da remada cavalinho remonta aos primórdios do treinamento com pesos, sendo considerada um dos exercícios fundamentais do levantamento de peso olímpico e do fisiculturismo. Embora não haja registros precisos sobre quem criou especificamente esta variação, sabe-se que ela ganhou popularidade no cenário do fisiculturismo durante a chamada "era de ouro" nas décadas de 1960 e 1970, quando lendas como Arnold Schwarzenegger e Franco Columbu a incorporaram em suas rotinas de treinamento. O nome "cavalinho" no Brasil deriva da postura característica adotada durante o exercício, enquanto em outros países é mais comumente referida como "bent-over row" (remada curvada) ou "barbell row" (remada com barra). Independentemente da nomenclatura, o exercício mantém-se como um pilar no desenvolvimento de costas fortes e bem definidas há várias décadas.
O que diferencia a remada cavalinho de outras variações de remada é principalmente o ângulo do tronco e a posição do corpo durante a execução. Enquanto remadas como a remada sentada no pulley ou a remada baixa na máquina oferecem maior estabilidade por fixarem o tronco, a remada cavalinho exige maior estabilização da região lombar e core, tornando-a mais desafiadora e, potencialmente, mais eficaz para o desenvolvimento muscular global. Comparada à remada serrote (com um braço apoiado em um banco), a remada cavalinho permite o uso de cargas mais pesadas e um trabalho bilateral simétrico. Já em relação à remada alta, os músculos-alvo são completamente diferentes, pois a remada alta foca principalmente nos trapézios e deltoides, enquanto a remada cavalinho concentra-se no grande dorsal e romboides.
Para a execução adequada da remada cavalinho, são necessários alguns equipamentos básicos, embora existam adaptações para diferentes contextos. Na versão clássica, utiliza-se uma barra olímpica (20kg) ou uma barra EZ, com anilhas adicionadas conforme o nível de condicionamento do praticante. Alternativamente, pode-se utilizar halteres, kettlebells, barras T, ou até mesmo equipamentos improvisados como mochilas carregadas com peso para treinos domésticos. O espaço necessário é relativamente pequeno, bastando uma área livre que permita ao praticante inclinar-se à frente sem obstáculos. Em academias, é comum encontrar máquinas específicas para remada cavalinho, como o aparelho T-bar row ou o Smith Machine adaptado, que oferecem variações do movimento com diferentes níveis de estabilização.
Dentro de um programa de treinamento bem estruturado, a remada cavalinho geralmente ocupa uma posição de destaque nos dias dedicados ao treinamento de costas ou na divisão "puxada" de um treino push-pull-legs. Por ser um exercício composto que recruta grande volume muscular e permite o uso de cargas significativas, a remada cavalinho é frequentemente posicionada no início ou meio da sessão de treino, após exercícios de aquecimento e antes de movimentos mais isolados. Em programas de força e potência, pode ser executada com cargas mais pesadas e menos repetições (4-6 repetições), enquanto em programas voltados para hipertrofia, séries moderadas de 8-12 repetições são mais comuns. Para resistência muscular, séries mais longas de 15-20 repetições podem ser implementadas. Esta versatilidade torna a remada cavalinho adaptável a praticamente qualquer objetivo de treinamento, desde que as variáveis sejam ajustadas adequadamente.
A remada cavalinho também se destaca por sua transferência positiva para diversas atividades cotidianas e esportivas. O padrão de movimento trabalhado fortalece a musculatura necessária para ações como puxar objetos pesados, remar, escalar, e até mesmo manter uma postura adequada durante longos períodos sentado. No contexto esportivo, atletas de modalidades como remo, natação, escalada, crossfit e artes marciais beneficiam-se significativamente da força desenvolvida através deste exercício. Além disso, por trabalhar intensamente a cadeia posterior, a remada cavalinho serve como um excelente contraponto para equilibrar o desenvolvimento excessivo dos músculos anteriores (peitorais e ombros) que muitos praticantes priorizam, contribuindo para uma estrutura muscular mais harmoniosa e funcionalmente equilibrada.
Músculos Trabalhados na Remada Cavalinho

A remada cavalinho é um exercício extremamente eficiente no recrutamento muscular, envolvendo diversos grupos da cadeia posterior do corpo humano. O protagonista indiscutível deste movimento é o grande dorsal (latissimus dorsi), um músculo em forma de leque que se estende das vértebras inferiores até o úmero, sendo responsável pela largura das costas e pela característica visual em "V" tão desejada por praticantes de musculação. Durante a execução da remada, o grande dorsal realiza sua função primária de adução do braço (trazendo o cotovelo para perto do tronco) e extensão do ombro, sendo maximamente ativado no momento em que a barra ou halteres se aproximam do abdômen. Estudos eletromiográficos demonstram que a ativação do grande dorsal durante a remada cavalinho pode chegar a 85% da contração voluntária máxima quando executada com técnica apropriada, tornando-o um dos exercícios mais eficientes para este grupo muscular.
Complementando a ação do grande dorsal, o redondo maior também é intensamente recrutado durante a remada cavalinho. Este músculo, localizado na parte lateral inferior da escápula, trabalha em sinergia com o grande dorsal nas ações de adução e rotação interna do braço. Embora menor em tamanho, o redondo maior desempenha papel crucial na estabilização do ombro durante movimentos de puxada e contribui significativamente para a espessura da parte média-inferior das costas.
Junto ao redondo maior, os romboides (maior e menor) são fortemente ativados, especialmente durante a fase de contração máxima da remada. Estes músculos, situados entre as escápulas e a coluna vertebral, são responsáveis pela retração escapular (movimento de aproximar as escápulas) e contribuem para a definição e densidade da região interescapular, popularmente conhecida como "meio das costas".
O trapézio, particularmente suas fibras médias e inferiores, também participa ativamente durante a execução da remada cavalinho. Enquanto as fibras superiores do trapézio (frequentemente sobredesenvolvidas em muitos praticantes) têm participação moderada, as porções média e inferior são significativamente recrutadas para estabilizar e retrair as escápulas durante o movimento.
Esta ativação seletiva das diferentes porções do trapézio torna a remada cavalinho um exercício valioso para desenvolver um trapézio equilibrado e funcional, evitando o aspecto de "pescoço curto" que pode resultar do desenvolvimento excessivo apenas da porção superior. Adicionalmente, os músculos eretores da espinha, que correm paralelamente à coluna vertebral, trabalham isometricamente durante todo o exercício para manter a posição inclinada do tronco contra a força da gravidade, fortalecendo assim a musculatura estabilizadora da coluna.
Como músculos secundários na remada cavalinho, os bíceps braquiais e os braquiais são significativamente recrutados como flexores do cotovelo durante a fase concêntrica do movimento. A intensidade de ativação destes músculos varia conforme a pegada utilizada, sendo maior na pegada supinada (palmas das mãos voltadas para cima) e menor na pegada pronada (palmas voltadas para baixo).
Esta participação dos flexores do cotovelo explica por que muitos praticantes sentem fadiga nos braços durante séries intensas de remada cavalinho, especialmente quando utilizam cargas elevadas. Entretanto, é importante ressaltar que, com a técnica correta, o estímulo principal deve permanecer nas costas, com os braços funcionando principalmente como "ganchos" para transferir a força gerada pelos músculos maiores das costas.
A cadeia posterior como um todo é significativamente envolvida na remada cavalinho, incluindo músculos que muitos praticantes não associam imediatamente ao exercício. Os glúteos e isquiotibiais, por exemplo, trabalham isometricamente para manter a posição do quadril durante todo o movimento, especialmente quando o exercício é realizado na posição clássica com joelhos ligeiramente flexionados. O core abdominal, incluindo o reto abdominal, oblíquos e, crucialmente, o transverso do abdômen, atua como estabilizador para manter a coluna em posição neutra e protegida.
Esta ativação global da cadeia posterior faz da remada cavalinho não apenas um exercício para costas, mas um movimento que fortalece toda a postura posterior do corpo, contribuindo para melhor alinhamento corporal e redução de desequilíbrios musculares comuns na população contemporânea, que tende a fortalecer excessivamente a musculatura anterior em detrimento da posterior.
Comparada a outros exercícios para costas, a remada cavalinho apresenta padrões de ativação muscular que a tornam particularmente valiosa em um programa de treinamento completo. Estudos comparativos demonstram que, enquanto a puxada frontal no pulley (lat pulldown) ativa intensamente a porção superior do grande dorsal, a remada cavalinho recruta mais eficientemente as porções média e inferior, além de gerar maior ativação dos romboides e trapézio médio. Em comparação com a remada sentada no pulley, a remada cavalinho produz maior ativação dos eretores da espinha e da cadeia posterior como um todo, devido à necessidade de estabilização contra a gravidade. Já em relação a exercícios como pull-ups e barras, a remada cavalinho permite maior controle sobre a carga utilizada e progressão mais gradual, tornando-a acessível para praticantes de diferentes níveis. Esta complementaridade entre os diferentes exercícios para costas ressalta a importância de incluir a remada cavalinho em um programa que busque desenvolvimento completo e equilibrado da musculatura posterior.
Benefícios da Remada Cavalinho

O desenvolvimento muscular proporcionado pela remada cavalinho é, sem dúvida, um de seus benefícios mais evidentes e buscados pelos praticantes de musculação. Por ser um exercício composto que recruta múltiplos grupos musculares simultaneamente, a remada cavalinho estimula significativamente a hipertrofia da musculatura posterior do tronco, especialmente o grande dorsal, redondo maior, romboides e porções médias do trapézio. Esta característica multiarticular também promove maior liberação de hormônios anabólicos como testosterona e hormônio do crescimento durante sua execução, potencializando o ganho muscular não apenas nas costas, mas sistemicamente. A capacidade de progressão de carga que o exercício permite – podendo chegar a valores expressivos em praticantes avançados – cria o estímulo mecânico necessário para contínua adaptação muscular ao longo do tempo. Além disso, as diferentes variações de pegada e equipamentos permitem enfatizar porções específicas da musculatura dorsal, possibilitando um desenvolvimento mais completo e harmonioso das costas.
A melhora postural representa outro benefício fundamental da remada cavalinho, especialmente relevante na sociedade contemporânea onde problemas posturais são epidêmicos devido ao tempo excessivo em posições sentadas e uso constante de dispositivos eletrônicos. O fortalecimento dos músculos responsáveis pela retração escapular (romboides e trapézio médio) e extensão da coluna (eretores da espinha) contrabalança a tendência de protração dos ombros e cifose torácica aumentada, comumente observadas em indivíduos com postura comprometida.
Estudos clínicos demonstram que programas de fortalecimento que incluem remadas como a cavalinho podem reduzir significativamente dores associadas à má postura e melhorar o alinhamento corporal em repouso. Esta melhora postural não é apenas estética, mas funcional, reduzindo o estresse sobre estruturas articulares e ligamentares, minimizando o risco de lesões crônicas por sobrecarga e melhorando a eficiência respiratória através da expansão adequada da caixa torácica.
A prevenção de lesões constitui um benefício frequentemente subestimado da remada cavalinho. O fortalecimento equilibrado da musculatura posterior atua como fator protetor para diversas estruturas, particularmente os ombros e a coluna vertebral. No caso dos ombros, o desenvolvimento adequado dos rotadores externos e estabilizadores da escápula contrabalança a tendência de desequilíbrio causada pelo treinamento excessivo de músculos anteriores como peitorais e deltoides, reduzindo o risco de síndrome do impacto e instabilidades articulares. Para a coluna, o fortalecimento dos eretores espinhais e multífidos aumenta a estabilidade segmentar vertebral, reduzindo o risco de hérnias discais e outras patologias degenerativas.
Adicionalmente, a execução correta da remada cavalinho ensina padrões adequados de movimento e controle neuromuscular que se transferem para atividades cotidianas como levantar objetos do chão, reduzindo o risco de lesões durante estas tarefas. Esta função preventiva é particularmente valiosa para populações de risco como trabalhadores que realizam levantamento de cargas e atletas de modalidades que exigem força na região posterior do tronco.
O aumento da força funcional proporcionado pela remada cavalinho transcende o ambiente de treinamento, manifestando-se em melhor desempenho em diversas atividades cotidianas e esportivas. A capacidade de gerar força em padrões de puxada horizontal é fundamental para ações como abrir portas pesadas, remar, puxar objetos, ou realizar tarefas domésticas como jardinagem. No contexto esportivo, modalidades como natação (especialmente nado de costas e crawl), remo, canoagem, escalada, judô, jiu-jitsu e wrestling beneficiam-se diretamente da força desenvolvida através da remada cavalinho.
Mesmo esportes que não envolvem diretamente padrões de puxada, como corrida e ciclismo, são positivamente impactados pela melhor estabilidade de tronco e postura otimizada que resultam do fortalecimento da cadeia posterior. Esta transferência de força para atividades práticas representa um dos princípios fundamentais do treinamento funcional, tornando a remada cavalinho não apenas um exercício estético, mas uma ferramenta para melhorar a capacidade funcional global do indivíduo.
As aplicações da remada cavalinho no dia a dia e em contextos esportivos específicos são vastas e significativas. No cotidiano, a força desenvolvida facilita atividades como carregar compras, mover móveis, trabalhar em jardins ou realizar tarefas manuais que exijam puxar objetos. Para pais de crianças pequenas, a força nas costas facilita o levantamento e carregamento dos filhos com menor estresse sobre a coluna. Em contextos laborais, trabalhadores de áreas como construção civil, enfermagem, armazenagem e agricultura beneficiam-se da maior capacidade de realizar esforços sem sobrecarregar estruturas vulneráveis.
No âmbito esportivo, além dos benefícios diretos para modalidades que envolvem puxadas, a remada cavalinho contribui para a prevenção do desequilíbrio anterior-posterior comum em esportes como levantamento de peso, onde movimentos de empurrar (como supino e desenvolvimento) são frequentemente priorizados. Em esportes de contato como rugby e futebol americano, a força nas costas desenvolvida com a remada cavalinho melhora a capacidade de resistir a impactos e manter a estabilidade durante colisões, reduzindo o risco de lesões traumáticas.
As vantagens da remada cavalinho em relação a outras remadas residem principalmente em sua versatilidade e eficiência mecânica. Comparada à remada sentada no pulley, a remada cavalinho exige maior estabilização do core e da região lombar, resultando em maior recrutamento muscular global e maior gasto calórico durante a execução. Em relação à remada baixa na máquina, a versão cavalinho permite maior liberdade de movimento e adaptação individual, além de desenvolver melhor a capacidade de estabilização, que é parcialmente eliminada quando o tronco está apoiado. Comparada à remada serrote com apoio no banco, a remada cavalinho permite o uso de cargas significativamente maiores e trabalha ambos os lados do corpo simultaneamente, otimizando o tempo de treino.
A principal vantagem sobre a remada alta é o menor estresse sobre a articulação do ombro, já que a remada alta pode causar impacto subacromial quando realizada com técnica inadequada ou cargas excessivas. Esta combinação de eficiência, segurança relativa quando executada corretamente e versatilidade de implementação torna a remada cavalinho um exercício excepcional dentro do arsenal de movimentos para desenvolvimento da musculatura posterior, justificando sua longevidade e popularidade entre praticantes de todos os níveis.
Como Executar a Remada Cavalinho Corretamente
O posicionamento inicial para a execução correta da remada cavalinho é fundamental para garantir tanto a eficácia quanto a segurança do exercício. Comece posicionando-se em pé, com os pés afastados aproximadamente na largura dos ombros ou ligeiramente mais amplo para maior estabilidade. Os dedos dos pés podem estar apontados levemente para fora, criando uma base sólida. Aproxime-se da barra (que deve estar no chão à sua frente) e flexione os joelhos em aproximadamente 15-20 graus – este é um ponto crucial, pois joelhos completamente estendidos aumentam o estresse sobre a região lombar, enquanto flexão excessiva altera a biomecânica do movimento. Incline o tronco à frente a partir do quadril (não da coluna), mantendo as costas retas e em posição neutra, até que o tronco forme um ângulo de aproximadamente 45 graus com o solo – praticantes mais avançados podem adotar uma posição mais horizontal (próxima a 90 graus), enquanto iniciantes podem começar com uma inclinação mais moderada. Segure a barra com as mãos afastadas um pouco além da largura dos ombros, utilizando preferencialmente uma pegada pronada (palmas voltadas para baixo) para iniciantes. Antes de iniciar o movimento propriamente dito, ative a musculatura do core, retraindo levemente o abdômen como se fosse receber um soco, e mantenha os ombros levemente retraídos e deprimidos, evitando a posição de ombros elevados e protraídos.
A técnica de execução passo a passo da remada cavalinho segue uma sequência precisa para maximizar os benefícios e minimizar riscos. Partindo da posição inicial já descrita, inicie o movimento puxando a barra em direção ao abdômen, mantendo os cotovelos próximos ao corpo (não abertos para os lados como "asas"). O movimento deve ser iniciado pela contração dos músculos das costas, não pelos braços – visualize os braços como meros "ganchos" que conectam a barra aos músculos dorsais. Durante a fase concêntrica (puxada), mantenha o tronco estável na mesma posição, evitando usar impulso ou balançar o corpo para auxiliar no movimento. Puxe a barra até que ela toque levemente a parte inferior do abdômen ou a região do umbigo, dependendo do seu biotipo.
No ponto de contração máxima, enfatize a retração das escápulas, aproximando-as uma da outra, e mantenha esta contração por um breve momento (1 segundo) para maximizar a ativação muscular. Na fase excêntrica (retorno), controle o movimento, permitindo que a barra desça lentamente até os braços estarem completamente estendidos, mantendo constante tensão nos músculos das costas – evite deixar a barra "cair" ou perder a tensão muscular nesta fase. Complete o número planejado de repetições mantendo a técnica consistente, sem comprometer a forma para realizar repetições adicionais.
A respiração correta durante a remada cavalinho desempenha papel crucial tanto para a performance quanto para a segurança do exercício. O padrão respiratório ideal consiste em exalar durante a fase concêntrica (enquanto puxa a barra) e inalar durante a fase excêntrica (enquanto abaixa a barra). Esta sincronização respiratória facilita a manutenção da pressão intra-abdominal durante o momento de maior esforço, proporcionando maior estabilidade para a coluna vertebral. Importante ressaltar que a respiração deve ser predominantemente diafragmática, com expansão abdominal durante a inspiração, e não apenas torácica.
Evite prender a respiração (manobra de Valsalva) por períodos prolongados, especialmente se você for hipertenso ou tiver histórico de problemas cardiovasculares, pois isso pode causar picos perigosos na pressão arterial. Para praticantes avançados que utilizam cargas muito elevadas, uma breve manobra de Valsalva controlada durante a fase mais intensa do movimento pode ser aceitável, desde que seguida imediatamente pela normalização do padrão respiratório. A respiração adequada não apenas otimiza a oxigenação muscular, mas também ajuda a manter o foco na técnica e na conexão mente-músculo durante a execução.
A amplitude de movimento ideal na remada cavalinho é um aspecto frequentemente negligenciado, mas determinante para os resultados obtidos com o exercício. Na posição inferior (braços estendidos), permita que os ombros sejam levemente protraídos para criar um alongamento completo do grande dorsal e dos músculos da região interescapular. No entanto, evite que esta protração resulte em arredondamento excessivo da região torácica, mantendo sempre o alinhamento neutro da coluna. Na posição superior (barra próxima ao abdômen), busque a máxima retração escapular sem compensações como extensão excessiva da coluna lombar ou elevação dos ombros em direção às orelhas.
Para a maioria dos praticantes, a amplitude ótima permite que a barra percorra uma distância vertical de aproximadamente 20-30 centímetros, dependendo da estrutura corporal individual. É importante ressaltar que amplitude não deve ser confundida com movimento do tronco – a distância percorrida pela barra deve resultar exclusivamente da flexão dos cotovelos combinada com a adução dos braços e retração das escápulas, não de oscilações do tronco. Praticantes com limitações de mobilidade nos ombros ou histórico de lesões podem precisar adaptar a amplitude para uma zona confortável e segura, priorizando sempre a qualidade do movimento sobre a amplitude máxima.
A cadência e o tempo sob tensão representam variáveis fundamentais para otimizar os resultados da remada cavalinho. Para objetivos de hipertrofia, uma cadência moderada é geralmente mais eficaz, com aproximadamente 2 segundos na fase excêntrica (descida da barra) e 1-2 segundos na fase concêntrica (puxada), mais uma breve pausa de contração no ponto de máxima retração. Este ritmo resulta em aproximadamente 4-5 segundos por repetição completa, criando um tempo sob tensão ideal para estimular o crescimento muscular. Para desenvolvimento de força máxima, a fase concêntrica pode ser executada de forma mais explosiva (mantendo o controle técnico), enquanto a fase excêntrica permanece controlada.
Para ênfase em resistência muscular ou para praticantes iniciantes focados em aprender o movimento, cadências mais lentas com 3 segundos na fase excêntrica podem ser benéficas. Independentemente do objetivo específico, evite movimentos bruscos ou utilizar momentum para "arremessar" a barra, pois isso não apenas reduz a eficácia do estímulo muscular, mas também aumenta significativamente o risco de lesões. A consistência na cadência ao longo de toda a série é indicador de controle adequado da carga – quando a velocidade de execução aumenta involuntariamente nas últimas repetições, geralmente indica que a carga está excessiva para manter a técnica apropriada.
Para sentir mais intensamente os músculos trabalhados durante a remada cavalinho, algumas dicas de conexão mente-músculo podem fazer diferença significativa nos resultados. Primeiramente, realize algumas séries de ativação com cargas leves antes de partir para as séries principais, focando exclusivamente na contração dos músculos das costas – exercícios como rotação externa de ombros com elástico ou retração escapular sem carga são excelentes opções. Durante a execução propriamente dita, visualize mentalmente os músculos das costas contraindo e expandindo, como se estivesse "abrindo as asas" ao puxar a barra. Concentre-se em iniciar o movimento puxando com os cotovelos, não com as mãos, o que naturalmente ativa mais os músculos dorsais e menos os bíceps. Experimente realizar algumas repetições com os olhos fechados para aumentar a percepção interna do movimento e da contração muscular.
Variações da Remada Cavalinho

A remada cavalinho com halteres oferece uma excelente alternativa à versão tradicional com barra, proporcionando benefícios únicos que a tornam indispensável em um programa de treinamento completo. Nesta variação, o praticante adota a mesma posição básica da remada cavalinho convencional, porém utilizando um halter em cada mão, o que permite um movimento mais natural dos braços e ombros durante a execução.
A principal vantagem desta versão está na maior amplitude de movimento que ela proporciona, uma vez que os halteres podem ser puxados ligeiramente mais para trás em comparação com a barra, que é limitada pelo contato com o abdômen. Além disso, o uso de halteres permite corrigir desequilíbrios de força entre os lados direito e esquerdo, já que cada braço trabalha independentemente, impedindo que o lado mais forte compense o mais fraco, como pode ocorrer na versão com barra. Outro benefício significativo é a possibilidade de utilizar diferentes posições de pegada durante o movimento – neutra (palmas voltadas uma para a outra), supinada (palmas para cima) ou pronada (palmas para baixo) – permitindo enfatizar diferentes porções da musculatura dorsal e variar o estímulo ao longo dos ciclos de treinamento.
A remada cavalinho no Smith representa uma adaptação que utiliza a máquina Smith (barra guiada) para oferecer maior estabilidade durante a execução do movimento. Nesta variação, a barra do aparelho Smith é posicionada à altura apropriada, e o praticante adota uma postura semelhante à da remada cavalinho tradicional, porém com a vantagem de que a trajetória da barra é parcialmente guiada pelos trilhos da máquina. Esta característica torna a variação particularmente útil para iniciantes que ainda não dominam completamente a estabilização do tronco, ou para praticantes com histórico de desconforto lombar que necessitam de maior segurança durante o exercício.
A remada no Smith também permite algumas adaptações interessantes, como a possibilidade de posicionar os pés mais à frente do corpo, criando um ângulo de tronco mais horizontal e aumentando a ativação da porção inferior do grande dorsal. Embora esta variação reduza ligeiramente o recrutamento da musculatura estabilizadora em comparação com a versão livre, ela permite o uso de cargas mais elevadas com maior segurança, sendo uma excelente opção para fases de treinamento focadas em sobrecarga progressiva ou para sessões onde o praticante já apresenta fadiga prévia nos músculos estabilizadores.
A remada cavalinho unilateral introduz um novo nível de desafio e especificidade ao exercício, sendo executada com apenas um braço de cada vez, geralmente com apoio da mão livre em um suporte estável como um banco ou rack. Esta variação, também conhecida como "remada serrote" quando realizada com apoio, permite uma rotação do tronco mais natural durante o movimento, criando uma linha de puxada que se alinha perfeitamente com a direção das fibras do grande dorsal. O trabalho unilateral evidencia e corrige desequilíbrios entre os lados do corpo de forma ainda mais eficaz que a versão com halteres, além de permitir maior concentração na contração muscular de cada lado individualmente.
Do ponto de vista funcional, a remada unilateral replica com maior fidelidade muitos movimentos cotidianos e esportivos que raramente ocorrem de forma perfeitamente bilateral. Adicionalmente, esta variação reduz significativamente a carga sobre a região lombar, uma vez que o peso utilizado é necessariamente menor que na versão bilateral, tornando-a uma excelente alternativa para praticantes com sensibilidade nesta região ou em fases de recuperação de lesões. A possibilidade de apoiar uma das mãos também permite adotar uma posição de tronco mais horizontal, aumentando o recrutamento da porção inferior do grande dorsal e dos romboides.
As diferentes opções de pegada na remada cavalinho – pronada, supinada e neutra – não representam meras variações técnicas, mas sim ferramentas específicas para enfatizar diferentes aspectos do desenvolvimento muscular das costas. A pegada pronada (palmas voltadas para baixo), considerada a versão clássica do exercício, promove maior ativação dos romboides e trapézio médio, sendo ideal para desenvolver a definição da região interescapular e melhorar a postura.
A pegada supinada (palmas voltadas para cima) aumenta significativamente o recrutamento da porção inferior do grande dorsal e do redondo maior, além de envolver mais intensamente os bíceps como músculos secundários – esta variação é particularmente eficaz para praticantes que buscam aumentar a largura da parte inferior das costas. Já a pegada neutra (palmas voltadas uma para a outra), possível principalmente com halteres ou barras específicas, representa um meio-termo entre as anteriores, proporcionando conforto articular para os ombros e punhos, enquanto mantém boa ativação geral da musculatura dorsal. A alternância estratégica entre estas diferentes pegadas ao longo dos ciclos de treinamento contribui para um desenvolvimento mais completo e harmonioso da musculatura posterior, além de reduzir o estresse repetitivo sobre as mesmas estruturas articulares.
A remada cavalinho com faixa elástica oferece uma alternativa acessível e versátil, especialmente valiosa para treinos domésticos, viagens ou como complemento ao treinamento com pesos livres. Para executá-la, o praticante posiciona-se sobre o centro da faixa elástica, segurando as extremidades com as mãos, e adota a postura tradicional da remada cavalinho. À medida que o elástico é puxado, a resistência aumenta progressivamente, criando uma curva de tensão diferente da oferecida pelos pesos livres – maior resistência no final do movimento e menor no início.
Esta característica única faz com que a fase de contração máxima, frequentemente a mais fraca em exercícios com peso, torne-se a mais desafiadora, potencializando o estímulo justamente no ponto de maior contração muscular. Além disso, a natureza instável da resistência elástica exige maior controle e estabilização durante todo o movimento, recrutando mais intensamente a musculatura estabilizadora. A facilidade de ajuste da resistência, simplesmente alterando o posicionamento dos pés na faixa ou utilizando elásticos de diferentes tensões, torna esta variação particularmente adequada para técnicas avançadas como drop-sets ou para reabilitação, onde a progressão gradual é essencial.
A implementação estratégica das diferentes variações da remada cavalinho deve considerar tanto o nível de experiência do praticante quanto os objetivos específicos de cada fase de treinamento. Para iniciantes, recomenda-se começar com a versão no Smith ou com faixa elástica para dominar o padrão de movimento com menor risco, progredindo para a versão com halteres à medida que a técnica e a força estabilizadora se desenvolvem. A versão clássica com barra pode ser introduzida quando o praticante já demonstra boa estabilidade lombar e controle do movimento.
Para praticantes intermediários, a alternância periódica entre as diferentes variações a cada 4-6 semanas previne a acomodação do estímulo e mantém a progressão contínua. Já para avançados, técnicas como a incorporação de múltiplas variações na mesma sessão (por exemplo, começando com a versão bilateral com barra para trabalhar com cargas mais pesadas, seguida pela versão unilateral para maior concentração e conexão mente-músculo) podem potencializar os resultados. Independentemente do nível, é fundamental que a progressão entre variações seja gradual e respeite a capacidade individual de manter a técnica adequada, pois mesmo a mais eficiente das variações perde seu valor quando executada com forma comprometida.
Remada Cavalinho para Iniciantes
Para quem está começando a praticar a remada cavalinho, adaptações específicas são necessárias para garantir uma experiência segura e eficaz, que construa as bases para a progressão futura. A primeira e mais importante adaptação envolve a posição do tronco – enquanto a versão clássica preconiza uma inclinação próxima a 45 graus, iniciantes frequentemente se beneficiam de uma posição mais vertical, aproximadamente 60-70 graus em relação ao solo. Esta modificação reduz significativamente o estresse sobre a região lombar, que geralmente ainda não possui a força estabilizadora necessária para manter a posição mais horizontal com segurança durante séries completas.
Outra adaptação fundamental é a escolha do equipamento – para os primeiros contatos com o exercício, versões guiadas como a remada no Smith ou máquinas específicas de remada oferecem maior segurança, permitindo que o praticante concentre-se no padrão de movimento sem a preocupação adicional com a estabilização completa. A remada com halteres leves ou faixas elásticas também representa uma excelente porta de entrada, pois permite ajustes individualizados para cada lado do corpo e geralmente impõe menor estresse articular.
A progressão adequada de carga para iniciantes praticando a remada cavalinho deve seguir princípios conservadores que priorizem o desenvolvimento técnico sobre o aumento rápido de peso. Nas primeiras 2-3 semanas de prática, o foco deve estar exclusivamente no domínio do padrão de movimento correto, utilizando cargas muito leves que permitam completar séries de 12-15 repetições com técnica impecável e sem fadiga excessiva.
Este período inicial serve para estabelecer as conexões neurais necessárias para o movimento e desenvolver a percepção corporal da ativação muscular correta. Uma vez estabelecida a técnica básica, a progressão pode seguir a regra do "último set desafiador" – quando o praticante consegue completar todas as repetições planejadas no último set com boa técnica, pode-se aumentar a carga em 5-10% na sessão seguinte. Para a maioria dos iniciantes, incrementos de 2-5kg para mulheres e 5-10kg para homens a cada 1-2 semanas representam uma progressão segura e sustentável. É crucial resistir à tentação de aumentos mais agressivos, pois o desenvolvimento da força estabilizadora geralmente ocorre mais lentamente que o aumento da força dos músculos primários, criando potencial para lesões quando a progressão é demasiado rápida.
Exercícios preparatórios específicos podem acelerar significativamente o desenvolvimento da técnica correta na remada cavalinho para iniciantes. Antes de abordar o exercício completo, é valioso dedicar tempo a movimentos que isolem componentes específicos da remada. A retração escapular isométrica – simplesmente praticando o movimento de "juntar as escápulas" sem peso e mantendo a posição por 5-10 segundos – desenvolve a consciência corporal desta ação fundamental.
Rotações externas de ombro com elástico ou pequenos halteres fortalecem os músculos estabilizadores da articulação glenoumeral, reduzindo o risco de compensações durante a remada. Pranchas e variações de bird-dog desenvolvem a estabilidade do core necessária para manter a posição correta do tronco. Para praticantes com limitações de mobilidade, alongamentos específicos para peitoral e flexores de quadril podem melhorar a capacidade de adotar a postura adequada. Estes exercícios preparatórios podem ser incorporados tanto no aquecimento antes das sessões principais quanto em dias separados como trabalho complementar, acelerando a curva de aprendizado e reduzindo o risco de desenvolver padrões de movimento compensatórios que poderiam se tornar hábitos difíceis de corrigir posteriormente.
A incorporação da remada cavalinho no treino para iniciantes deve considerar cuidadosamente sua posição dentro da sessão e no programa semanal. Idealmente, o exercício deve ser posicionado no início da parte principal do treino, após um aquecimento adequado e antes de movimentos mais isolados ou de menor complexidade técnica. Esta estratégia garante que o praticante aborde o movimento com o sistema nervoso fresco e músculos estabilizadores não fatigados, maximizando a qualidade técnica da execução. Em termos de estrutura semanal, para a maioria dos iniciantes, uma frequência de 2 sessões por semana incluindo a remada cavalinho (com pelo menos 48-72 horas de recuperação entre elas) proporciona estímulo suficiente para progressão enquanto permite adequada recuperação.
Um exemplo de estrutura para iniciantes seria: 2-3 séries de 12-15 repetições com carga leve a moderada, focando exclusivamente na qualidade do movimento e na sensação de ativação dos músculos corretos. À medida que a técnica se solidifica, geralmente após 4-6 semanas de prática consistente, o volume pode ser gradualmente aumentado para 3-4 séries, e a faixa de repetições pode ser ajustada para 8-12, permitindo o uso de cargas moderadamente mais pesadas sem comprometer a técnica.
Os sinais de evolução que iniciantes devem observar ao praticar a remada cavalinho vão muito além do simples aumento de carga. Nos estágios iniciais, melhorias na técnica – como maior estabilidade do tronco durante o movimento, capacidade de manter a coluna em posição neutra sem arredondamento, e movimento mais fluido e controlado – são indicadores mais relevantes de progresso que o peso utilizado.
A sensação de ativação muscular também evolui significativamente: iniciantes frequentemente relatam sentir principalmente os braços nas primeiras sessões, mas com a prática adequada, a sensação deve migrar progressivamente para os músculos das costas. A redução da fadiga precoce dos músculos estabilizadores, permitindo completar as séries planejadas sem deterioração técnica, representa outro importante marcador de evolução.
A capacidade de adotar uma posição de tronco gradualmente mais horizontal (aproximando-se do ideal de 45 graus) à medida que a força estabilizadora se desenvolve também indica progresso significativo. Finalmente, a transferência dos ganhos para atividades cotidianas – como maior facilidade para carregar objetos, melhor postura espontânea ou redução de desconfortos posturais – confirma que o exercício está produzindo adaptações funcionais relevantes além do ambiente de treinamento.
A frequência e volume ideais para iniciantes praticando a remada cavalinho devem equilibrar cuidadosamente a necessidade de estímulo regular com o tempo adequado para recuperação e adaptação. Para a maioria dos iniciantes, uma frequência de 2 vezes por semana representa o ponto ideal, permitindo estímulo suficiente enquanto proporciona 72-96 horas entre sessões para recuperação completa, particularmente importante considerando que os músculos estabilizadores frequentemente utilizados pela primeira vez podem apresentar maior sensibilidade e tempo de recuperação prolongado. Em termos de volume total, iniciar com 4-6 séries semanais distribuídas entre as duas sessões (2-3 séries por sessão) proporciona estímulo adequado sem sobrecarregar estruturas ainda em adaptação.
A progressão de volume deve ser gradual – após 4-6 semanas de treinamento consistente, pode-se considerar aumentar para 3-4 séries por sessão, totalizando 6-8 séries semanais. Para iniciantes absolutos ou indivíduos retornando após longos períodos de inatividade, uma abordagem ainda mais conservadora pode ser apropriada nas primeiras semanas, com apenas 2 séries por sessão, focando exclusivamente na qualidade técnica e no desenvolvimento dos padrões motores corretos antes de aumentar o volume de treinamento.
Remada Cavalinho para Intermediários e Avançados
As técnicas de intensificação representam ferramentas poderosas para praticantes intermediários e avançados que buscam novos estímulos na remada cavalinho após a adaptação inicial. O método de drop-set, que consiste em realizar uma série até a falha técnica com determinada carga e imediatamente reduzir o peso em 20-30% para continuar sem descanso, cria um estímulo metabólico intenso e prolonga o tempo sob tensão, fatores associados à hipertrofia muscular.
A técnica de rest-pause envolve realizar uma série próxima à falha, descansar apenas 10-15 segundos (tempo suficiente para recuperação parcial do ATP muscular, mas não completa), e continuar por mais algumas repetições – este ciclo pode ser repetido 2-3 vezes, criando um estímulo de alta intensidade com cargas que normalmente não permitiriam tantas repetições consecutivas. Séries estendidas combinam a remada cavalinho com uma variação mais leve (como remada com elástico) sem intervalo entre elas, permitindo continuar o estímulo mesmo após a falha com o peso inicial.
Repetições parciais no ponto de maior contração, executadas após atingir a falha nas repetições completas, intensificam o estímulo nas fibras mais resistentes à fadiga. Estas técnicas avançadas devem ser implementadas seletivamente – talvez em apenas 1-2 séries por sessão e não em todas as sessões – para maximizar seu impacto enquanto gerencia adequadamente a recuperação.
Ajustes para maior sobrecarga progressiva são essenciais para praticantes experientes continuarem evoluindo com a remada cavalinho após os ganhos iniciais. Além do aumento tradicional de carga, praticantes intermediários e avançados podem manipular variáveis como densidade de treinamento (reduzindo gradualmente o tempo de descanso entre séries de 90 para 60 ou mesmo 45 segundos enquanto mantém o desempenho), tempo sob tensão (aumentando deliberadamente a duração da fase excêntrica para 3-4 segundos ou implementando pausas isométricas de 1-2 segundos no ponto de contração máxima) e volume total (aumentando progressivamente de 9-12 séries semanais para 12-16, distribuídas em múltiplas sessões).
A periodização ondulada, alternando semanas de alto volume/baixa intensidade com semanas de baixo volume/alta intensidade, previne a acomodação e o platô de adaptação. Para praticantes muito avançados, técnicas como sobrecarga excêntrica (utilizando assistência na fase concêntrica para permitir cargas supramáximas na fase excêntrica) ou remada cavalinho com bandas de resistência adicionadas à barra (criando uma curva de resistência ascendente) podem proporcionar novos estímulos quando as abordagens convencionais deixam de produzir resultados. A chave para a sobrecarga progressiva sustentável está na variação sistemática destes parâmetros, evitando aumentar múltiplas variáveis simultaneamente, o que poderia comprometer a recuperação.
Combinações estratégicas da remada cavalinho com outros exercícios podem potencializar significativamente os resultados para praticantes avançados. Superséries antagonistas, pareando a remada cavalinho com movimentos de empurrar como supino ou desenvolvimento militar, aproveitam o princípio da inibição recíproca para melhorar o desempenho em ambos os exercícios enquanto aumentam a eficiência do treino.
Superséries sinergistas, combinando a remada cavalinho com exercícios que ativam músculos assistentes como a remada alta (para trapézio) ou pullover (para grande dorsal em outro ângulo), criam um estímulo abrangente e intenso para toda a musculatura posterior. Complexos de exercícios, executando 3-4 variações diferentes de remada sem descanso entre elas (por exemplo: remada cavalinho com barra → remada cavalinho com halteres → remada unilateral → remada com elástico), representam uma abordagem avançada que combina alto volume, variação de ângulos e estímulo metabólico significativo.
Para praticantes com objetivos de força específicos, a técnica de contraste – alternando séries pesadas de remada cavalinho (3-5 repetições com 85-90% da carga máxima) com séries explosivas de remada com carga moderada (50-60% executadas com máxima velocidade intencional) – pode melhorar tanto a força máxima quanto a potência, aproveitando o fenômeno de potenciação pós-ativação.
A periodização e variação de estímulos tornam-se cada vez mais importantes à medida que o praticante avança na experiência com a remada cavalinho. Após o estágio intermediário, o corpo adapta-se rapidamente a estímulos consistentes, tornando necessária uma abordagem mais sofisticada para continuar progredindo. Um modelo eficaz para praticantes avançados é a periodização em blocos, dedicando ciclos de 3-4 semanas para objetivos específicos: um bloco de acumulação focado em alto volume (4-5 séries de 10-15 repetições com carga moderada), seguido por um bloco de intensificação (3-4 séries de 6-8 repetições com carga elevada), e culminando em um bloco de realização (2-3 séries de 3-5 repetições com carga próxima à máxima).
A variação planejada de equipamentos também previne o desgaste articular excessivo – por exemplo, alternando ciclos de remada com barra, remada com halteres e remada em máquinas específicas a cada 4-6 semanas. Para praticantes muito avançados, microciclos de alta frequência (treinando o mesmo padrão de movimento 3-4 vezes por semana, mas variando intensidade, volume e equipamentos) podem proporcionar estímulo suficiente para continuar progredindo quando abordagens convencionais já não produzem resultados. Independentemente do modelo específico, o princípio fundamental é a variação sistemática e planejada, evitando tanto a monotonia que leva à estagnação quanto a variação aleatória que compromete a progressão consistente.
Superar platôs com a remada cavalinho frequentemente requer abordagens não-convencionais para praticantes avançados que já esgotaram as adaptações básicas ao exercício. Uma estratégia eficaz é a implementação temporária de métodos de especialização, dedicando um período de 3-4 semanas com foco intensificado nas costas, aumentando a frequência para 3-4 sessões semanais de remada, mas reduzindo o volume de outros grupos musculares para gerenciar a recuperação. Outra abordagem envolve a regressão técnica temporária – retornar deliberadamente a versões mais básicas do exercício com ênfase renovada na técnica perfeita e conexão mente-músculo, frequentemente revelando falhas sutis que limitavam o progresso.
Para platôs persistentes, a incorporação de métodos de treinamento completamente diferentes, como oclusão vascular (utilizando faixas de restrição de fluxo sanguíneo com cargas leves), treinamento isométrico funcional (mantendo posições específicas da remada sob carga por 20-30 segundos) ou métodos de pré-exaustão (realizando exercícios isolados para os músculos das costas imediatamente antes da remada cavalinho) pode proporcionar novos estímulos que rompem a estagnação.
Finalmente, para praticantes muito avançados, períodos estratégicos de destreinamento (2-3 semanas sem executar a remada cavalinho, focando em exercícios alternativos para costas) frequentemente resultam em ganhos compensatórios quando o exercício é reintroduzido, devido à supercompensação e renovado frescor neural.
A frequência e volume para praticantes experientes executando a remada cavalinho geralmente necessitam de ajustes significativos em relação às recomendações para iniciantes. Enquanto iniciantes podem progredir adequadamente com 2 sessões semanais, praticantes intermediários frequentemente se beneficiam de uma frequência de 2-3 sessões por semana, permitindo maior volume total enquanto mantém adequada qualidade de movimento em cada sessão. Para avançados, abordagens de alta frequência com 3-4 exposições semanais ao padrão de remada (variando equipamentos e parâmetros entre as sessões) podem ser necessárias para continuar estimulando adaptações.
Em termos de volume por sessão, praticantes experientes geralmente trabalham com 4-6 séries de remada cavalinho em cada treino, totalizando 8-18 séries semanais dependendo da fase de treinamento e objetivos específicos. A distribuição deste volume deve considerar a capacidade individual de recuperação – alguns avançados respondem melhor a sessões menos frequentes mas mais volumosas (6 séries 2 vezes por semana), enquanto outros progridem melhor com abordagens de maior frequência e menor volume por sessão (3-4 séries 3-4 vezes por semana). Independentemente da distribuição específica, o volume total deve ser periodizado, com fases de volume reduzido (deload) a cada 4-6 semanas para permitir recuperação completa e prevenir overtraining, particularmente importante para praticantes avançados que frequentemente operam próximos aos seus limites de recuperação.
Remada Cavalinho em Casa

Adaptar a remada cavalinho para o ambiente doméstico requer criatividade, mas é perfeitamente viável criar estímulos eficazes mesmo sem o equipamento tradicional de academia. A versão mais acessível utiliza faixas elásticas de resistência – basta posicionar o centro da faixa sob os pés, segurar as extremidades com as mãos e executar o movimento padrão da remada. A resistência progressiva oferecida pelas faixas (aumentando à medida que são esticadas) cria um estímulo particularmente intenso no ponto de contração máxima, diferente mas igualmente eficaz comparado aos pesos livres.
Para quem possui halteres ajustáveis ou kettlebells, a remada cavalinho unilateral representa uma excelente opção, permitindo trabalhar cada lado independentemente com apoio da mão livre em uma cadeira estável ou mesa. Outra adaptação eficiente utiliza mochilas carregadas com livros, garrafas d'água ou outros objetos pesados – segurando a mochila pelas alças ou pela parte superior, o movimento de remada pode ser executado com sobrecarga progressiva simplesmente adicionando mais peso à mochila conforme a força aumenta. Para praticantes mais avançados que treinam em casa, a combinação de faixas elásticas com pesos disponíveis (halteres ou mochilas) cria uma curva de resistência única que pode proporcionar novo estímulo mesmo para quem já possui considerável desenvolvimento.
Alternativas com materiais domésticos expandem ainda mais as possibilidades para praticar a remada cavalinho sem equipamento convencional. Galões de água de 5-10 litros proporcionam resistência significativa (5-10kg) e podem ser utilizados individualmente para remadas unilaterais ou em pares para versões bilaterais. Sacos de arroz, feijão ou outros alimentos embalados em recipientes resistentes oferecem opções de peso variado e formato conveniente para segurar.
Para resistência mais substancial, uma barra improvisada pode ser criada utilizando um cano de PVC resistente preenchido parcialmente com areia ou concreto e selado nas extremidades – este implemento caseiro pode suportar considerável peso enquanto mantém formato similar ao de uma barra tradicional. Outra abordagem criativa envolve utilizar toalhas ou lençóis resistentes passados em torno de um poste fixo ou perna de mesa robusta – segurando as extremidades do tecido e posicionando-se em ângulo apropriado, o praticante pode executar remadas aproveitando a resistência criada pelo próprio peso corporal contra o ponto fixo. Para quem possui acesso a cordas ou correntes, estas podem ser fixadas a objetos pesados como blocos de concreto ou móveis estáveis, criando um sistema funcional para remadas em ambiente doméstico.
O uso de faixas elásticas e mochilas com peso representa uma das adaptações mais práticas e eficazes para a remada cavalinho em casa. As faixas elásticas oferecem vantagens únicas, como facilidade de armazenamento, custo acessível e resistência progressiva que intensifica o estímulo justamente no ponto de maior contração muscular. Para maximizar os resultados com faixas, considere estas estratégias: utilize faixas de diferentes resistências para progressão sistemática; posicione os pés mais afastados sobre a faixa para aumentar a tensão inicial; combine múltiplas faixas para maior resistência; e experimente diferentes posições de ancoragem (como prender a faixa em um ponto fixo à frente em vez de sob os pés) para variar o ângulo de puxada.
Para a versão com mochila, a chave está na distribuição adequada do peso e na segurança do fechamento – utilize objetos densos como livros ou garrafas cheias, posicionados próximos ao fundo da mochila para melhor estabilidade, e certifique-se que o fechamento é seguro para evitar acidentes durante o movimento. Para aumentar a eficácia, alças acolchoadas ou toalhas enroladas nas alças proporcionam melhor pegada e reduzem o desconforto nas mãos durante séries mais longas.
Exercícios similares para ambiente doméstico ampliam o repertório de movimentos que podem complementar ou substituir a remada cavalinho tradicional. A remada invertida (também chamada de remada australiana ou bodyweight row) representa uma excelente alternativa utilizando apenas o peso corporal – pode ser executada sob uma mesa robusta, barra fixa posicionada baixa, ou até mesmo usando uma vassoura resistente apoiada entre duas cadeiras. Quanto mais horizontal o corpo durante a execução, maior a resistência proporcionada pelo peso corporal.
Outra opção valiosa é a remada com toalha em porta fechada – passando uma toalha resistente pela maçaneta de uma porta bem fechada, o praticante pode executar remadas unilaterais com resistência autoajustável baseada no ângulo de inclinação. Para quem busca maior intensidade sem equipamentos adicionais, a remada superman (deitado de bruços no chão, levantando simultaneamente braços e pernas) ativa intensamente toda a cadeia posterior, embora com menor carga comparada às versões com resistência externa. Exercícios isométricos como a prancha com retração escapular (mantendo a posição de prancha enquanto ativamente retrai as escápulas) também proporcionam estímulo significativo para a musculatura posterior do tronco quando opções com maior resistência não estão disponíveis.
A progressão de dificuldade para a remada cavalinho em casa deve seguir princípios sistemáticos mesmo sem acesso a equipamentos convencionais. Para iniciantes, começar com faixas elásticas de menor resistência ou mochilas levemente carregadas permite dominar a técnica correta antes de aumentar a intensidade. À medida que a força se desenvolve, a progressão pode ocorrer de várias formas: aumentando a resistência das faixas elásticas (passando para cores/espessuras que indicam maior tensão); adicionando gradualmente mais peso às mochilas ou bolsas improvisadas (incrementos de 1-2kg por semana são geralmente apropriados); reduzindo o tempo de descanso entre séries para aumentar a densidade do treino; aumentando o tempo sob tensão através de execuções mais lentas, especialmente na fase excêntrica; ou implementando técnicas avançadas como repetições parciais no ponto de maior contração ou drop-sets improvisados (tendo duas mochilas com pesos diferentes preparadas para transição imediata). Para remadas invertidas com peso corporal, a progressão ocorre elevando gradualmente os pés ou movendo o ponto de apoio das mãos para posições que criam maior horizontalidade do corpo, aumentando assim a proporção do peso corporal que deve ser movimentada.
A montagem de uma estação improvisada para remada cavalinho em casa pode transformar significativamente a eficácia e praticidade do treinamento doméstico. Uma configuração básica mas funcional pode ser criada utilizando uma barra de exercícios fixada em altura baixa (aproximadamente na altura do joelho) – barras de porta ajustáveis disponíveis comercialmente são ideais para este propósito, mas uma barra de vassoura resistente passada entre duas cadeiras robustas também funciona como solução temporária. Para criar um sistema mais permanente, considere fixar ganchos resistentes na parede (verificando a capacidade estrutural da parede e utilizando buchas apropriadas) onde faixas elásticas ou cordas podem ser ancoradas para remadas. Outra opção eficaz envolve utilizar uma mesa robusta para remadas invertidas, potencialmente com um colchonete ou almofada firme posicionada sob o peito para maior conforto durante séries mais longas. Para praticantes com espaço disponível, um investimento em uma barra olímpica curta (1,2m) e algumas anilhas básicas cria uma estação versátil não apenas para remadas, mas para diversos outros exercícios. Independentemente da configuração específica, priorize a estabilidade e segurança da instalação, testando cuidadosamente com cargas leves antes de progredir para treinamentos mais intensos.
A adaptação da remada cavalinho para treinos domésticos deve considerar não apenas as limitações de equipamento, mas também restrições de espaço e potenciais preocupações com vizinhos, especialmente em apartamentos. Para minimizar ruído e impacto, considere utilizar tapetes de exercício ou pedaços de carpete sob os pés durante a execução; opte por implementos que não produzam som ao tocar o chão, como faixas elásticas ou mochilas com conteúdo bem acondicionado; e evite soltar pesos abruptamente, mesmo que improvisados. Em espaços muito limitados, versões unilaterais da remada geralmente requerem menos área livre comparadas às bilaterais. Para maximizar a eficiência em treinos domésticos, considere abordagens de alta densidade como circuitos que combinam a remada cavalinho adaptada com exercícios para outros grupos musculares, eliminando a necessidade de longos períodos de descanso entre séries e reduzindo a duração total da sessão. Esta estratégia não apenas otimiza o uso do espaço e tempo disponíveis, mas também aumenta o componente cardiovascular do treinamento, particularmente valioso quando opções de cardio em casa são limitadas.
Conclusão
Ao longo deste guia completo sobre a remada cavalinho, exploramos em profundidade os múltiplos aspectos que tornam este exercício um componente fundamental em qualquer programa de treinamento sério. Recapitulando os principais benefícios, a remada cavalinho destaca-se pelo desenvolvimento abrangente da musculatura posterior do tronco, com ênfase no grande dorsal, redondo maior, romboides e trapézio médio. Este desenvolvimento muscular não é apenas estético – embora contribua significativamente para a desejada forma em "V" do torso – mas fundamentalmente funcional, fortalecendo a cadeia posterior frequentemente negligenciada na vida contemporânea dominada por posturas sentadas e atividades frontais. A melhora postural resultante do fortalecimento destes músculos posturais chave traduz-se em benefícios que transcendem o ambiente de treinamento, manifestando-se em menor incidência de dores nas costas, melhor alinhamento corporal espontâneo e maior eficiência em movimentos cotidianos. Adicionalmente, a natureza composta do exercício promove liberação hormonal anabólica significativa, contribuindo para o desenvolvimento muscular global, enquanto seu padrão de movimento funcional transfere-se diretamente para inúmeras atividades cotidianas e esportivas.
A importância da técnica correta na execução da remada cavalinho não pode ser superestimada – ela representa simultaneamente a chave para maximizar os resultados e minimizar os riscos associados ao exercício. Os elementos técnicos fundamentais incluem: manutenção da coluna em posição neutra durante toda a execução, evitando tanto a hiperextensão lombar quanto o arredondamento torácico; inclinação do tronco a partir do quadril (não da coluna); retração e depressão adequadas das escápulas durante a fase de contração; movimento controlado sem uso de impulso ou balanço; e respiração coordenada que suporta a estabilização do core. A atenção meticulosa a estes detalhes técnicos não apenas maximiza a ativação dos músculos-alvo, mas também protege estruturas vulneráveis como a região lombar e os ombros de estresse excessivo. Para praticantes de todos os níveis, recomenda-se revisitar periodicamente os fundamentos técnicos, possivelmente com auxílio de vídeo ou feedback de profissionais qualificados, para identificar e corrigir desvios sutis que podem se desenvolver imperceptivelmente ao longo do tempo, especialmente à medida que as cargas aumentam ou a fadiga se acumula durante séries intensas.
A progressão representa um princípio fundamental para resultados contínuos com a remada cavalinho, independentemente do nível de experiência ou ambiente de treinamento. Para iniciantes, a progressão deve priorizar o desenvolvimento técnico e a conexão mente-músculo antes do aumento significativo de carga – começando com versões mais acessíveis como a remada no Smith ou com faixas elásticas, e gradualmente transitando para versões mais desafiadoras como a remada com barra livre. Praticantes intermediários beneficiam-se de progressões que alternam períodos focados em diferentes variáveis – algumas semanas priorizando aumento de carga, seguidas por fases enfatizando maior volume ou densidade de treinamento. Para avançados, a progressão frequentemente requer abordagens mais sofisticadas como periodização em blocos, técnicas de intensificação seletivas, e variação estratégica de equipamentos e ângulos de execução. Independentemente do estágio, a progressão sustentável deve ser gradual e sistemática, respeitando os sinais do corpo e os princípios de recuperação adequada. Lembre-se que progressão não significa necessariamente adicionar mais peso a cada sessão – melhorias na qualidade do movimento, maior controle durante a fase excêntrica, ou capacidade de manter técnica impecável com menor tempo de recuperação entre séries representam formas igualmente válidas de progressão que frequentemente produzem resultados superiores a longo prazo.
As considerações finais sobre a remada cavalinho devem enfatizar sua versatilidade excepcional, que permite adaptações para virtualmente qualquer contexto de treinamento, nível de condicionamento ou objetivo específico. Para aqueles com acesso limitado a equipamentos, as variações com faixas elásticas, mochilas carregadas ou simplesmente utilizando o peso corporal em remadas invertidas proporcionam estímulo eficaz sem necessidade de implementos sofisticados. Para praticantes com histórico de desconforto lombar, versões como a remada cavalinho no Smith, remada unilateral com apoio, ou remadas em máquinas específicas oferecem maior suporte e redução do estresse sobre áreas sensíveis sem comprometer significativamente os benefícios. A remada cavalinho pode ser adaptada para servir diferentes objetivos de treinamento – utilizando cargas mais pesadas e menos repetições (4-6) para desenvolvimento de força máxima; séries moderadas (8-12 repetições) para hipertrofia; ou séries mais longas (15-20 repetições) para resistência muscular e condicionamento metabólico. Esta adaptabilidade excepcional, combinada com seus benefícios abrangentes, explica por que a remada cavalinho permanece um pilar do treinamento resistido desde os primórdios do fisiculturismo até os modernos sistemas de condicionamento funcional.
Nossa jornada através deste guia completo sobre a remada cavalinho culmina em um chamado à ação: incorpore este exercício fundamental à sua rotina de treinamento, independentemente de seu nível atual ou objetivos específicos. Se você é iniciante, comece com as versões mais acessíveis, focando obsessivamente na técnica correta antes de preocupar-se com a carga utilizada. Para intermediários, experimente sistematicamente as diferentes variações e técnicas de intensificação discutidas, identificando quais produzem a melhor resposta para seu corpo específico. Praticantes avançados podem implementar as estratégias de periodização e especialização para superar platôs e continuar progredindo mesmo após anos de treinamento. Lembre-se que a consistência supera a perfeição – sessões regulares com técnica adequada e progressão gradual produzirão resultados significativamente superiores comparados a abordagens esporádicas com cargas impressionantes mas execução comprometida. Monitore seu progresso não apenas através de métricas óbvias como peso levantado, mas também pela qualidade do movimento, sensação de ativação muscular, transferência para atividades cotidianas, e melhorias posturais. A remada cavalinho não é apenas um exercício, mas um investimento na funcionalidade, estética e saúde de longo prazo de sua estrutura posterior – um investimento que continuará rendendo dividendos muito além do ambiente de treinamento, manifestando-se em melhor qualidade de vida e capacidade funcional ao longo dos anos.
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